quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Meu Alentejo



Meu Alentejo despido

das riquezas dos trigais

em deserto consentido

te vejo cada vez mais


Quando passo p´las herdades

e as vejo sem renovo

fico cheia de saudade

das saudades do meu povo


Alentejo das cantigas

quem me dera ver-te agora

aureolado de espigas

sem sair de ti p´ra fora


É uma tão grande pena

ver tua humana sangria

trocando terra morena

por outra bastarda e fria


Foste em tempos que lá vão

agora de rosto em brasa

a pátria do nosso pão

de pão alvo em nossa casa


Alentejo desolado

rico torrão transtagano

acorda o teu passado

e volta a ser soberano.


Poema de Manela Galvão

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Manela Galvão